Pesquisa e texto do acadêmico JALI MEIRINHO, Cadeira 30.
DIA 6 – Um ano da morte, em São José, do engenheiro civil, cinéfilo e memorialista GILBERTO SCHMIDT GERLACH, quarto ocupante da Cadeira 17 da ACL. Em 1968 ele fundou, em Florianópolis, o Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro. Foi garimpeiro de imagens e de textos, relíquias iconográficas e descrições memoráveis, de autoria de viajantes, cientistas e pioneiros que desde o século XVI estiveram ou povoaram Santa Catarina, deixando traços e registros. Editou oito volumes, em formato de álbum, contemplando as cidades a que esteve vinculado: SÃO JOSÉ DA TERRA FIRME (2007), do seu nascimento e residência; DESTERRO (2010) e ILHA DE SANTA CATARINA (2015), da sua vivência e atuação, e COLÔNIA BLUMENAU (2020), da presença germânica, que também foi a dos seus ancestrais. No texto introdutório de Ilha de Santa Catarina sintetizou o revelado nas 775 páginas dos dois volumes por ele organizados, como: Passado o Carnaval, vinha a Festa do Divino, com as suas barraquinhas que ofereciam em seus leilões de prendas, galinhas com pernas amarradas, pombas com laços de fitas no pescoço, roscas tostadinhas, pencas de bananas e laranjas, ramos de flores naturais e artificiais. Colunas de pau, velas de navio a guisa de toldo serviam de abrigo. // O “cinematografo” surgia na cidade em setembro de 1900, no Theatro “Santa Izabel”, agora “Álvaro de Carvalho”. Era o início de uma maravilha que iria também encantar os ilhéus. // Um recital de poesias era levado no “Theatro” em março de 1923, em homenagem aos 25 anos da morte de Cruz e Sousa. // Com a inauguração da Ponte em maio de 1926, a cidade ganhava foros de capital moderna. Por consequência, nas ruas começavam a transitar mais automóveis, ocasionando os primeiros acidentes. A Imprensa reclamava da excessiva velocidade permitida de 20 km/h no perímetro urbano. // Em janeiro de 1927, a cidade recebia um jovem artista vindo de S. Joaquim (planalto catarinense), Martinho de Haro, que expunha com muito sucesso algumas de suas telas. In: ILHA DE SANTA CATARINA: Florianópolis. Gilberto Schmidt Gerlach, pesquisa e organização. São José: Clube de Cinema Nossa Senhora do Desterro, 2015.
DIA 28 – 20 anos da morte, em Florianópolis, do professor e geógrafo PAULO FERNANDO DE ARAÚJO LAGO, segundo ocupante da Cadeira 3 da ACL. Formado em geografia pela Faculdade de Filosofia da Universidade do Brasil, do Rio de Janeiro. Em 1958 veio para Florianópolis como professor da Faculdade Catarinense de Filosofia e, depois, integrou os quadros dos mestres fundadores dos cursos de Ciências Humanas nas Universidades Federal e Estadual de Santa Catarina. Foi consultor técnico da Superintendência do Extremo Sul (SUDESUL), membro do Conselho Estadual de Tecnologia e Meio Ambiente e do Conselho Estadual de Cultura. Implantou e dirigiu a Fundação Municipal do Meio Ambiente de Florianópolis (FLORAM). Foi autor de estudos, com análises e propostas, para o desenvolvimento econômico do Estado e que obtiveram êxito quando implementadas. Entre seus livros figuram: SANTA CATARINA: A Terra, o Homem e a Economia (1968); A INDÚSTRIA TÊXTIL CATARINENSE (1970); SANTA CATARINA: Dimensões e Perspectivas (1978); GENTE DA TERRA CATARINENSE (1988); A CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA – A Luta pelo Futuro (1991); FLORIANÓPOLIS, A Polêmica Urbana (1996) e SANTA CATARINA: As Transformações dos Espaços Geográficos (2000). No seu lazer tinha predileção pelo futebol, sobre o que escreveu crônicas publicadas no jornal “O Estado”, muitas delas reunidas no livro ESCANTEIO, publicado em 1981. No ensaio A TERRA E O HOMEM explicou: A maior concentração de imigrantes estrangeiros nas bacias atlânticas do Itajaí-Açu e do Itapocu influiu na gênese de cidades que se tornaram parques industriais não somente de íntimas relações com suas áreas produtivas rurais, especializando-se e se diversificando em ramos de produção industrial, em atividades comerciais e capacitadas, em função de acumulação de capitais empresariais, a iniciar densas relações de natureza turística com ambientes costeiros, que se estenderiam mais tarde a outras latitudes litorâneas. In: SANTA CATARINA NO SÉCULO XX: ensaios e memória fotográfica / Sílvio Coelho dos Santos, organizador [et. al.] Florianópolis: Ed. da UFSC : FCC Edições, 2000.
DIA 30 – 150 anos do nascimento, em Laguna, do jornalista e advogado provisionado JOSÉ JOHANNY, Patrono da Cadeira 24 da ACL. Precocemente, foi tipógrafo e jornalista, exercendo atividades nos jornais da sua cidade “A Verdade”, “O Trabalho” e “O Albor”. Foi fundador dos periódicos: “Caturra” e “O Fanal”, ambos de circulação efêmera. Alcançou êxito com a edição da “Revista Catarinense”, publicação mensal onde a história regional ganhou prioridade e caracterizando-se como órgão de difusão cultural. Foi deputado estadual de 1909 até 1912. Com o título BIBLIOTECA PÚBLICA DE FLORIANÓPOLIS, na edição de maio de 1914 a Revista Catarinense informou: Esta biblioteca possui atualmente 11.023 volumes. Em 1906 tinha 6.190 volumes; em 1907 -6.301; em 1908 – 6.905; em 1909 – 7.242; em 1910 – 7.520; em 1911 – 8.683; 1912 – 9.012; em 1913 – 10.255. In: REVISTA CATARINENSE – Ano III – Nº V, Laguna, maio, 1914.