O centenário da Academia Catarinense de Letras, celebrado em outubro de 2020, foi assunto na tribuna da Assembleia Legislativa na manhã desta quinta-feira (8 de julho). A sessão ordinária foi suspensa para participação do presidente da entidade, Moacir Pereira, e da vice, Maria Tereza de Queiroz Piacentini. Eles falaram sobre a história e a missão da academia de promover a literatura e a arte catarinense.
Presidente da ACL, Moacir Pereira, discursa na tribuna da Alesc, acompanhado da vice-presidente, Maria Tereza de Queiroz Piacentini
Moacir Pereira explicou que o centenário de fundação da associação não foi celebrado antes em função da pandemia. “Temos como meta estadualizar a academia, levando a instituição a todas as regiões de Santa Catarina”, informou. Ele citou a intenção de realizar projeto de interesse público, em parceria com a Assembleia Legislativa, para valorizar a arte e a literatura catarinense e agradeceu o acolhimento da Assembleia à proposta. Citando Monteiro Lobato, consagrado na literatura brasileira por vários clássicos, lembrou a máxima de que uma “nação se constrói com homens e livros”.
Maria Tereza resumiu brevemente a história da entidade, fundada no dia 30 de outubro de 1920 por 18 intelectuais e então chamada de Sociedade Catarinense de Letras. O cultivo da língua vernácula, a promoção da literatura, sobretudo catarinense, a defesa dos valores culturais e das artes em geral motivaram a criação da academia e justificam a sua existência. “Pois sem cultura o ser humano definha. E sem livros, o cérebro embota”, disse Maria Tereza.
Ao longo de cem anos, 127 homens e mulheres já tomaram assento na academia. “Apenas oito mulheres em um século. Hoje, somos apenas três”, disse Maria Tereza. Ela acrescentou que não há registro de um acadêmico que tenha sido ou seja exclusivamente escritor. São diversos professores, advogados, médicos, jornalistas, magistrados, engenheiros, ministros, religiosos, funcionários, diplomatas, filósofos e políticos – 17 deputados estaduais até hoje já compuseram a academia.
Os acadêmicos Artemio Zanon e Laerte Tavaraes também compareceram na Assembleia Legislativa.
Homenagens
Vários parlamentares parabenizaram os membros da Academia Catarinense de Letras e a instituição pela passagem do centenário. O deputado João Amin (PP) frisou o papel da agremiação em prol da “valorização da nossa língua portuguesa, da nossa cultura”. O deputado Ismael dos Santos (PSD) destacou que “a academia é a entidade literária máxima com esse objetivo de fomentar a produção literária e congregar homens e mulheres com os mais diferentes perfis”. A deputada Ada de Luca (MDB) parabenizou o trabalho centenário realizado e o esforço “para manter a cultura e a literatura catarinense numa época em que parece tudo estar ficando cada vez mais distante, inclusive a cultura”.
O deputado Moacir Sopelsa (MDB) enalteceu o presidente da entidade, Moacir Pereira, “grande escritor e divulgador da cultura e da arte”, bem como a vice-presidente da academia. O deputado Kennedy Nunes (PTB) reverenciou a “casa da literatura catarinense” e o seu presidente. E o deputado Neodi Saretta (PT) frisou que “a Assembleia Legislativa sempre é parceira na divulgação da cultura e das coisas boas do estado de Santa Catarina”.
O deputado Nilso Berlanda (PL), que presidia a sessão, agradeceu a presença dos membros dessa instituição centenária, “que tem por escopo a defesa da cultura e da literatura catarinense”, na tribuna. Ele citou que a academia tem como patronos Jerônimo Coelho, Cruz e Sousa e o ex-governador Lauro Müller e lamentou a perda recente do poeta e artista Rodrigo de Haro, falecido no dia 1º de julho.
Os acadêmicos Artemio Zanon, Moacir Pereira, Maria Tereza de Queiroz Piacentini e Laerte Tavaraes. Ao centro, o deputado Nilso Berlanda (PL), que presidiu a sessão
A sessão foi transmitida ao vivo pela TVAL e pelo canal da Assembleia no YouTube. A gravação está disponível no seguinte link:
https://www.youtube.com/watch?v=nWUUezYgxWg
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FONTE: Lisandrea Costa / AGÊNCIA AL
FOTOS: Vicente Schmitt/Agência AL