A poeta, contista e romancista mineira de Divinópolis, ADÉLIA PRADO, de 88 anos, conquistou no dia 24 de junho o Prêmio Camões 2024, o maior prêmio para escritores de países lusófonos, atribuído desde 1989 pelo conjunto da obra.

Consagrada por muitos como a maior poeta viva brasileira, ela é professora com formação em Filosofia, reconhecida por sua brilhante contribuição para a literatura e a cultura em língua portuguesa. Adélia publicou mais de 20 primorosos livros, os quais tangem nossa emoção e instigam nossa razão com igual intensidade. Católica fervorosa, compõe versos que retratam as alegrias e as angústias do universo feminino, no qual religião, desejo, nostalgia e morte se mesclam ao seu cotidiano com poesia e sabedoria.

Adélia Prado é vencedora do Prêmio Jabuti de 1969, com o livro O Coração Disparado e há pouco mais de uma semana foi agraciada com o Prêmio Machado de Assis 2024, a mais importante láurea literária concedida pela Academia Brasileira de Letras, ABL.

Este ano o Prêmio Camões, entregue pela Fundação Biblioteca Nacional (FBN) em parceria com o Governo de Portugal, celebra o conjunto da obra de Adélia Prado e enaltece a sua participação inestimável no fundamental mundo das letras.

O júri do prêmio é composto por dois portugueses, dois brasileiros e dois representantes das demais nações lusófonas: Angola, Guiné-Bissau, Cabo Verde, Moçambique, Timor Leste e São Tomé e Príncipe. Cada jurado tem um mandato de dois anos.

Nessa edição, a seleta comissão julgadora foi presidida pelo escritor e professor catarinense Deonísio da Silva — vice-presidente da Academia Brasileira de Filologia e membro da Academia Catarinense de Letras — e integrada também por Ranieri Ribas (Brasil), Francisco Noa e Dionísio Bahule (Moçambique) e Clara Crabbé Rocha e Isabel Cristina Mateus (Portugal).

Deonísio Sobre a decisão do júri, Deonísio da Silva declarou: A presença feminina é benfazeja.  Desejo que a premiação de Adélia Prado leve à descoberta de outros autores dos nove países lusófonos que integram a comunidade, porque eles não aparecem como devido no cenário literário nacional e internacional por razões extraliterárias, sendo uma delas a de escreverem em português e somente virem a ser conhecidos quando traduzidos para outras línguas.